"As termelétricas salvaram o Brasil neste ano. Pretende desligá-las se for eleita?"
PUBLICIDADE
Marina Silva, candidata do PSB à Presidência da República, mais uma vez abusou do "marinês" na madrugada desta terça-feira -- a entrevista foi gravada horas antes nos estúdios da TV Globo -- e, falando em rodeios, sem assumir posições assertivas, esquivou-se de perguntas sobre temas espinhosos para sua campanha no Jornal da Globo.
Marina abriu a série de entrevistas de 25 minutos com os presidenciáveis -- Dilma foi a única que se recusou a participar.
Gays
Logo de cara, os entrevistadores fizeram quatro perguntas para Marina sobre o recuo de sua campanha, que modificou um trecho do programa de governo favorável ao casamento entre homossexuais no final de semana, um dia depois do texto ter sido divulgado.
Após o lançamento da cartilha de governo, Marina foi pressionada por pastores evangélicos.
A saída foi alterar o documento e atribuir a mudança a um "erro de processo" -- os coordenadores, segundo ela, incluíram a proposta "sem mediação".
Hoje, não foi diferente:
"Foi incluído o documento enviado pelo movimento LGBT tal qual enviaram".
Em seguida, o entrevistador questionou a candidata se ela concordava com uma manchete dizendo: "Marina é a favor do casamento gay".
Ela não concordou nem discordou.
O entrevistador insistiu. E com esta manchete: "Marina é contra o casamento gay".
Marina não concordou nem discordou.
E terminou dizendo que era a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo, conforme a legislação do país reconhece.
"O que a lei assegura é a união civil."
Em seguida, questionada se consultava a Bíblia antes de tomar suas decisões, deu nova volta, afirmou que seus críticos tentam colar nela a pecha de fundamentalista, mas lançou frases direcionadas ao eleitorado evangélico, como "uma pessoa que crê" e "a Bíblia é uma fonte de inspiração".
Marina ainda repisou posições que têm martelado no dia a dia da campanha, como a defesa do tripé econômico -- câmbio flutuante, meta de inflação e responsabilidade fiscal -- com independência total do Banco Central, críticas à atual condução econômica -- "Há uma visão tacanha de se governar pensando nas eleições" -- e seu compromisso em acabar com a reeleição, se for eleita.
Já nos minutos finais, os apresentadores do Jornal da Globo questionaram a ambientalista, que carrega a bandeira da energia limpa, se pretende desativar as termelétricas, que salvaram o país neste ano.