As falhas começaram logo depois das 13h45 da última sexta-feira (hora em Londres, 9h45 em BrasÃlia), mas segundo a BBC, a situação vem piorando gradativamente.
A entidade Repórteres sem Fronteiras disse que vários jornalistas do Irã foram presos, inclusive alguns famosos no paÃs. Ainda segundo o grupo, a internet e as redes de telefonia celular têm funcionado com bastante lentidão. Mesmo assim, muitos iranianos estão usando blogs e sites de relacionamento para exibir fotos, vÃdeos e informações sobre os protestos.
Universidade de Teerã está isolada, dizem estudantes
Estudantes relataram por e-mail e telefone à BBC Brasil que a Universidade Teerã se transformou num dos maiores focos de tensão da capital do Irã nesta segunda-feira.
O iraniano Parham D. relatou que as imediações da universidade, tradicional ponto de encontro de intelectuais e reformistas iranianos, estão cercadas por forças de segurança, e que muitas lojas e bancos estão fechados por medo de mais violência. "Eu estou do lado de fora e outros estudantes vieram me falar que há vários manifestantes presos em um dos campus. A polÃcia não deixa eles saÃrem para evitar que se juntem a outros manifestantes."
"Todos nós iremos protestar, não temos mais nada a perder. Tem pessoas entre nós que não querem mais ficar caladas, a frustração foi muito grande".
Protestos eclodiram em Teerã no sábado (13), depois que Ahmadinejad foi reeleito com mais de 62% dos votos. O adversário reformista Mir Hossein Mousavi, que aparecia como favorito em pesquisas, ficou com 33% no pleito. O resultado levantou suspeitas de fraude por parte de Mousavi e outros lÃderes de oposição.
Manhã tensa
Segundo outro estudante, Yashar K., algumas lideranças alertaram para o fato de as forças de segurança iranianas terem sido autorizadas a usar munição letal nas imediações da universidade. "Isso causou um medo muito grande, decidimos que as mulheres ficariam mais comedidas nas marchas para evitar que se machucassem, mas muitas recusaram".
Em 1999, a Universidade de Teerã foi palco de manifestações estudantis contra o regime e culminou com a morte de vários estudantes. "A lembrança de outras manifestações nos causa preocupação, mas não vamos recuar", disse Yashar.
Outros lÃderes reformistas se juntaram à s crÃticas contra o resultado da eleição e novos protestos ganharam força, inclusive em outra universidade, a Universidade Sharif. O programador Kamyar disse que presenciou esta manhã confrontos entre partidários de Mousavi e de Ahmadinejad.
"Eu estava passando por um dos bairros onde havia uma manifestação quando homens com cacetetes chegaram e entraram em brigas com o pessoal do Mousavi", relatou Kamyar. Ele explicou que há um medo muito grande na capital de que o pior ainda estaria por vir. "Muitas pessoas, especialmente as mais velhas, recordam de cenas parecidas em outros anos e os resultados foram mortes por causa da repressão da polÃcia".