Polícia Federal prende Vedoin em motel de Cuiabá 15/09/2006
- Folha Online
A Polícia Federal voltou a prender Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam -- empresa acusada de liderar o esquema de compra superfaturada de ambulâncias que está sendo investigado pela CPI dos Sanguessugas. Vedoin -- que foi preso num motel de Cuiabá (MT) -- depõe novamente nesta tarde para a PF.
Segundo a PF, depoimento dado ontem por Paulo Roberto Dalcol Trevisan, primo de Vedoin, complicou o empresário da Planam. Trevisan disse para a PF que recebeu de Vedoin uma fita de vídeo e uma fotografia que envolveriam o ex-ministro da Saúde José Serra com a Planam.
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A PF de Cuiabá disse que aguarda informações de São Paulo, onde foi preso homem (Valderan Padilha) suspeito de estar com o dinheiro para a compra do material.
O material foi apreendido quando Trevisan tentava embarcar para São Paulo, onde negociaria a venda do vídeo e da fotografia por cerca de R$ 2 milhões. A PF vai dar detalhes da prisão de Vedoin numa coletiva marcada para a tarde desta sexta-feira.
Reportagem da revista ¨Istoɨ, que chega neste final de semana às bancas, traz entrevista de Vedoin, que diz que o esquema de compra superfaturada de ambulâncias teria começado quando Serra era ministro da Saúde do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A assessoria de Serra disse que o candidato minimizou a entrevista e informou que ela faria parte do ¨kit baixaria do PT¨.
Ministro diz que há mais provas contra Serra
O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) disse nesta sexta-feira que a denúncia dos empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin, sócios da Planam, contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, não é a única prova de participação do ex-ministro da Saúde (1998 a 2002) no escândalo dos sanguessugas.
Na reportagem da revista ¨Istoɨ deste final de semana, os Vedoin dizem que o esquema de compra de ambulâncias teria começado na gestão Serra, segundo o Blog do Josias.
A assessoria de Serra informou que o candidato minimizou a denúncia, afirmando que ¨é mais um item do kit baixaria do PT¨. O tucano deve divulgar uma nota até o final do dia comentando a nova denúncia. Ele não possui agenda de campanha na rua nesta sexta-feira. Seu único compromisso público é uma entrevista à noite para o jornal ¨SPTV¨, da Globo.
Segundo Hage, existem documentos que envolveriam Serra e o ex-secretário-executivo da pasta Barjas Negri -- que respondeu pelo ministério de fevereiro a dezembro de 2002 -- com o esquema.
¨As acusações sobre o governo anterior não estão só apoiadas nos depoimentos dos Vedoin, existem documentos, e depoimentos de parlamentares que fazem acusações ao então secretário-executivo e ao ministro [José Serra]¨, disse o ministro.
O ministro criticou o ¨tratamento diferenciado¨ dado às acusações de Vedoin pela oposição, que descredenciou as afirmações do empresário sobre Serra. ¨A credibilidade dada aos Vedoin sobre as acusações ao ex-ministro José Serra tem que ser a mesma a que se atribui a ele quando acusa o governo atual, claro com as reservas próprias de quem é réu e está sob delação premiada¨, ponderou. ¨Contra o Humberto Costa, os indícios já saltam para conclusão, enquanto com o Serra isso não ocorre.¨
Na avaliação do ministro, para se chegar às provas sobre os acusados de envolvimento com o desvio de recursos do orçamento é preciso seguir três passos: analisar as escutas telefônicas; os depoimentos de outras pessoas que não são rés no caso; e avaliar as auditorias da Controladoria, com os restos de contas disponíveis.
Denúncia
Em entrevista à revista ¨Istoɨ, os Vedoin afirmam que o esquema de desvio do orçamento começou em 1998, durante a gestão de Serra no ministério.
¨Naquela época, a bancada do PSDB conseguia aprovar tudo e, no ministério, o dinheiro era rapidamente aprovado¨, disse Luiz Antônio.
Conforme os Vedoin, do total de 891 ambulâncias comercializadas pela Planam entre 2000 e 2004, 681 tiveram verba liberada até 2002, durante a gestão de Serra e Barjas Negri.
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Comentário de Alexandre Slhessarenko (slhessarenko@terra.com.br) Em 15/09/2006, 19h48
Palavras...palavras...palavras...há algo de podre
no reino da Dinamarca.
Aí perereca, pela Folha on Line, o cidadão da mala é Valdebran Padilha...vem cá...esse aí não é o mesmo que Serys impediu de assumir um cargo, em 2003, na Eletropaulo...
Perereca perereca...que coisa sinistra!!! Nada como um dia após o outro.
Abraço,
Alexandre Slhessarenko, assistindo de camarote.